SEXUALIDADE...

Ao realizar juntamente com uma equipe de saúde, um trabalho de conscientização a respeito da Sexualidade, me chamou a atenção a fala de uma adolescente que demostrou desejo em falar com os pais a respeito de sua sexualidade, porém não podia, já que em outros momentos a mesma foi repreendida ao iniciar a conversa. Na minha percepção, é comum ter em mente o ato sexual ou sexo seguro, quando se ouve falar de sexualidade. Porém, não dá para enquadrar sexualidade em uma única definição.

Ela vai muito além, sendo um tema muito abrangente e que leva para vários caminhos, desde as primeiras sensações e descobertas do corpo, sentimentos até o ato sexual em si, e suas várias formas de prevenções tanto de gravidez indesejada como de DSTs, também depende bastante da percepção de cada um e de como adquiriu o conhecimento sobre a temática, enquanto para alguns, falar de sexualidade é falar sobre o ato sexual propriamente dito e seus métodos contraceptivos, para outros, é falar sobre de que modo uma pessoa se descobre fisicamente e emocionalmente a respeito do seu próprio corpo e ai sim, surgem os desejos de compartilhar suas descobertas, como também curiosidade e atração pelo o outro (sendo do mesmo sexo ou do sexo oposto), ressaltando que não é um padrão, que se encaixa em todos, mas singular e subjetivo de cada um.

Pensando na adolescente, acredito que seja bastante difícil, enfrentar tal fase, sem poder contar com os pais, a qual demostrou bastante desejo em dialogar com os mesmos, respeitando também a forma que foram criados e educados, acredito que estamos em uma época de desconstruir alguns conceitos para que outros sejam construídos, transmitindo segurança e confiança para nossos adolescentes.

Não tem como, privar os jovens do conhecimento que o mundo oferece, então, porque não se reconstruir, podendo manter suas raízes.