A Despersonalização do Paciente
- aluska-pensa
- 9 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de out. de 2019

Não podemos generalizar, mas é comum no âmbito hospitalar, o paciente que dá entrada, deixa de ser conhecido por seu próprio nome, passando a ser conhecido por um número ou caso (patologia) enfrentando um processo de despersonalização total. A sua forma de agir antes da hospitalização, só interessa para colocar no prontuário, seus relacionamentos familiares só são significativos se houve histórico de doenças, a forma de compreender o mundo já não importar, porque as novas regras são ditadas sem questionamentos.
A perspectiva existencial vai perdendo o sentido para dá espaço ao sentido não mais de estar doente ou acamado, mas a seu um doente; seu conceito de homem e de sua existência, pode ir se perdendo no meio desse processo de despersonalização. O paciente deixa de ser consultado, e seus parentes respondem por ele, em muitas das vezes, mesmo o paciente tendo a capacidade de responder por si próprio.
Acontece bastante, momentos invasivos dentro do âmbito hospitalar, seja acordar no meio da noite o paciente para medica – ló, como interromper uma atividade para aplicar injeção ou servi – lhe a refeição; como por exemplo: O paciente estar com o Psicólogo, em seu momento; mas por ter que seguir uma regra, a enfermeira entra no meio dos dois para aplicar medicação ou levar a refeição porque não pode passar da hora. Mas será que não seria possível haver um diálogo com paciente, talvez chama – ló pelo seu nome ou até mesmo um pedido de licença para ambos?!
Um mínimo detalhe, poderia fazer toda diferença para este paciente, para que ele sinta que é um ser humano, uma pessoa que senti, pensa, que ama e sofre, ao invés de um pedaço de carne, que chegam, furam, cortam, mutilar, entubam, chamam por números ou doenças, que discutem com estagiário em sua frente como se ele não estivesse ali. A despersonalização diz respeito a QUEM o paciente é, e quem ele estar se tornando, a partir da hospitalização ou diagnostico.
Em algumas pesquisas, percebi que há cursos para humanização na saúde, inclusive humanização hospitalar, será que chegamos a tal ponto que nós humanos, precisamos de cursos para aprender como sermos empáticos com o sofrimento do outro, como SER um ser humano.
Aluska Guimarães
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