Não era setembro era junho
- aluska-pensa
- 13 de out. de 2020
- 2 min de leitura

Mensagem:Não era setembro era junho Você estar aqui, hora não estar mais
Todos um dia se vão, porque eu não posso abreviar só por uns momentos
Não estou falando de morte, estou falando de paz
Meu espirito grita dentro de mim porque meu coração e minha mente estão em guerra
Não digas que entende, porque você não sabe nem do início da briga
Não peça paciência, talvez seja demais pra mim
Não peça pra ficar por você, porque você é muito importante e pedir isso é me deixar em guerra
Não digam que estão ai pra mim, porque estar na cara estampa de cada um que disse, sinto muito deixa pra um outro momento, pode ser?
Minha resposta sempre foi, sim...claro
Não fales da dor de alguém se você nunca sentiu, não como ela
Não digas para dizer sim para mais um dia, porque é pedir muito
Se todos desistiram de mim, porque eu não posso desistir?
Eu te parei um pouco antes da porta, lembra?
Eu te barrei na calçada, sentada no meio fio e por um fio
Parei no meio daquelas pessoas indo e vindo, conversando, sorrindo, e até dançando
Mas eu não estava lá para nenhum deles Sentei naquela cadeira de plástico de uma sorveteria vazia
Minhas lágrimas não paravam de cair como chuva em tempestade e eu não tinha um centavo sequer para compra um copo d’água, o moço veio me deu a água de graça e perguntou se eu queria que chamasse alguém
Eu quis, mas não tinha quem
Estava sozinha, era só eu e minha guerra e aquele copo d’água de graça não foi o suficiente para apagar meu peito em chamas
Você não iria entender se eu tentasse explicar,
Sozinha, estive não por opção ou escolha, mas por destino talvez Não fiz inimigos, mas fiz falsos amigos
Assisto a hipocrisia de quem diz conta comigo
Escuto as belas palavras dita num microfone, mas na pratica não passam de bolhas de sabão Não me peças pra ficar, porque eu fiquei e ficar doe, machuca, dificulta, me falta o ar, me desconstruo por dentro para me reconstruir dia após dia e isso doi...
Não digas que entende, nem digas que sabe como é...porque na verdade, você esteve muito longe de onde estou agora
Estou no meio fio fumando um cigarro,
Estou na mesa vazia terminando minha última cerveja Estou num sorriso gritante e abafado Estou naquela frase; você tem um minuto
Em exatamente 32 minutos de sangue correndo para fora do corpo, tudo vai junto, sonhos nunca vividos, palavras nunca falada, lágrimas nunca permitidas, gritos calados, mas a dor continua Era janeiro e já era tempo de paz, não que você irá se preocupar ou pensar, mas aquela cadeira não vai ficar vazia, outras pessoas vão sentar lá, no decorrer dos dias as pessoas vão esquecer meu nome, em alguns meses minhas fotos e todos meus pertences vão ser doados ou queimados, em alguns anos eu serei apenas um flash de lembrança.
O suicídio não é um grito de socorro
O suicídio não é para chamar a atenção
O suicídio não é setembro amarelo
O suicídio é uma resposta para todas as perguntas não respondidas, a dor não compartilhada e o minuto de importância não dada.
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