Depressão pós parto
- aluska-pensa
- 27 de mar. de 2021
- 2 min de leitura

Meu filho nasceu com 34 semanas, foi prematuro, e ficamos 14 dias na no hospital para que ela ganhasse peso. Foi tudo planejado.
E eu sempre fiz psicoterapia, e já vinha conversando com o psicoterapeuta sobre a maternidade. Então, ele já estava ciente sobre a realidade das coisas, mas a gente só sabe mesmo quando vive aquilo.
Quando meu menino foi pra casa, começou a crescer uma tristeza dentro de mim. Chorava muito, tinha vergonha da minha própria mãe, que era uma grande mãe, e eu me sentia inferior, culpada por estar passando por aquilo.
Eu pensava: “O que eu fui fazer da minha vida?”. Queria a minha vida de volta. Lembro que passei a noite chorando e, quando meu filho acordou para mamar, não consegui amamentar. Dizia que queria apenas dormir.
Chegou um dia em que meu marido ligou para o psiquiatra, pediu uma consulta de emergência. O médico disse que eu tinha de me cuidar e explicou que o amor pela meu filho viria com o tempo, que isso faz parte de um processo.
Eu tinha um arrependimento de tudo e, até o sétimo mês, chorava muito, com culpa. Caminhava pelas ruas e não queria voltar pra casa. Hoje, não me culpo por esse sentimento que tive com ele, por que realmente não conseguia superá-lo.
Acredito que foi pelo meu acompanhamento psicológico antes do nascimento que eu não cheguei ao fundo do poço. A gente se cobra muito, a maternidade é diferente hoje em dia: temos uma vida super independente que muda do nada.
Fico preocupada que eu vá ter de novo esse sentimento e essa tristeza logo adiante, com o segundo filho. Mas não se pode ter vergonha de sentir tudo isso.
O importante é procurar ajuda, não prolongar o sentimento e não acreditar nos outros dizendo que “vai passar sozinho”. Hoje, estou melhor.
Ele tem três anos e é minha prioridade, mas também cuido muito de mim mesma.
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